Giro: CBB Entrevista Francisco Oliveira, presidente da Federação do DF
Presidente da Federação de Basquetebol do Distrito Federal, Francisco Oliveira é o entrevistado da semana no Giro, que vem conversando com presidentes ao redor do Brasil. No bate papo, Chico, como é carinhosamente chamado, falou sobre os objetivos da entidade para os próximos anos, citou também sua visão sobre a atual administração da Confederação Brasileira de Basketball e encerrou elencando os avanços da gestão do basquete no Distrito Federal, sempre tradicional na modalidade no país.
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Há sempre objetivos que considero obrigatórios e permanentes: realizar as competições oficiais e envolver mais participantes. Aliado a isso, temos na programação clínicas para atletas, técnicos e oficiais de arbitragem. Neste último segmento, pretendemos acelerar a renovação do quadro de árbitros e mesários. Atenção especial estamos dedicando também à revitalização do basquete feminino e ao retorno dos Campeonatos Brasileiros de Base.
No segundo semestre de 2019, elaboramos diversos projetos em conjunto com a Secretaria de Esporte e Lazer do DF, Secretaria de Educação, UnB e Instituto Basquete, com horizonte de implementação de 2020 a 2022, que integram o que chamamos de Módulo Base do Programa Brasília Capital do Basquete, lançado em julho do ano passado, num primeiro momento com patrocínio para o basquete profissional. Esses projetos abrangem os nossos objetivos, agregando também a mobilização de jovens das escolas e dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF.
Vejo que temos gestores sérios e competentes na atual gestão da CBB, que encaram no dia a dia um grande desafio, considerando-se a situação que assumiram. Mesmo com as enormes dificuldades, é perceptível o aprimoramento da governança - o que é fundamental para uma Confederação - e o grande esforço para realizar o Campeonato Adulto, manter as seleções e, na medida do possível, retomar o trabalho com a base de forma mais abrangente. Além disso, a comunicação está muito melhor.
Esta foi uma grande parceria estratégica da CBB, que passou a atuar na dimensão técnica das competições e ampliou seu alcance. Acho que o próximo passo deve ser viabilizar, junto ao CBC, alguma forma de integração dos torneios CBB/CBC com as competições realizadas nas Federações. Sei que o modelo é prioritariamente dirigido aos clubes que são filiados ou vinculados - o que está correto -, mas quando olhamos para o Brasil, observamos que na maioria dos Estados e no DF as equipes que participam dos campeonatos não reúnem condições para se associar ou se filiar ao CBC. Como ainda não há um modelo de competições regionais/nacionais com times de base que disputam os campeonatos oficiais, estas competições perdem atratividade. Fica a sugestão de buscar algum espaço para equipes convidadas a partir de sua colocação nos campeonatos das Federações. Enfim, acho que esse é um assunto que merece uma atenção especial de todos nós e estimular a participação e desenvolvimento de equipes para o basquete oficial.
Sem dúvida, a principal dificuldade é a captação de recursos, particularmente porque temos impedimento para acesso a recursos públicos nos âmbitos distrital e federal, decorrente de pendências antigas da Federação e que não tivemos como resolver até o momento. Então, nossa captação é essencialmente privada.
Acredito que estamos construindo uma estrutura que vai nos dar condições de evoluir rumo à sustentabilidade: criamos o Instituto Basquete, entidade que vai funcionar como parceiro operacional da FBDF e viabilizar acesso a recursos; consolidamos a Estação do Basquete como um produto viável da FBDF; e, por último, a mobilização dos agentes participantes do Módulo Base do Programa Brasília Capital do Basquete, que ampliou as possibilidades para nosso basquete de base.