Ex-armadora Branca relembra momentos com a seleção Brasileira
O amor pela modalidade começou ainda cedo, em Osvaldo Cruz/SP, cidade natal de Maria Angélica Gonçalves da Silva. Lá, ela começou nas categorias de base e se tornou uma das melhores armadoras da história. Mais conhecida como Branca, a ex-jogadora falou sobre suas lembranças que seguem vivas na memória de quem viveu de perto a paixão pela Seleção Brasileira.
- Sou das quadras e sinto saudades sim. Comandar equipe me encanta, inspira e aguça os sentidos, porque faz parte de minha trajetória profissional como armadora desta amada modalidade esportiva. Parei de jogar em 1999 e essa saudade foi sendo preenchida e substituída. Fica a lembrança dos grupos quais fiz parte, de pessoas importantes na caminhada, de lugares, campeonatos, adversários. Saudade é a cereja da separação – contou a ex-armadora.
Irmã de Magic Paula, Branca chegou à seleção brasileira aos 16 anos. Em 1983, ela conquistou a sua primeira medalha em Jogos Pan-americanos. Mesmo sem ter subido ao pódio na competição, firmou-se na equipe e teve a chance de disputar os Jogos Olímpicos no ano seguinte. Em 2004, ao lado da irmã Paula, o Instituto Passe de Mágica.
- A sintonia é eterna e para além das quadras. Minha referência, minha amiga, minha irmã, a nossa Magic. Jogamos juntas e cada uma, com a sua representatividade e importância técnica nas quadras, uma junção importante, duas peças desse todo do quebra-cabeça. Paula sempre foi acima da média. Na seleção, preservávamos nossas individualidades para atender o grupo. Em simbiose, importantes uma para a outra e, praticamente, encerramos nossos ciclos como jogadoras na marcante conquista em Atlanta 96 e no Mundial da Alemanha 98. Foi bom, foi mágico, foi 8 e 5 – disse Branca.
Branca já atuou como treinadora na Unimep/Piracicaba e no Unimed/Americana, além de ter sido assistente técnica do Ourinhos Basquete. Entre suas principais conquistas como treinadora estão: campeã da Liga Regional de Basquete (2004), tricampeã dos Jogos Regionais (2004, 2005 e 2006), campeã da Divisão Livre dos Jogos Abertos do Interior (2006
Como jogadora, Branca defendeu por muitos anos a seleção brasileira, conquistando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996). Ela também foi campeã da Copa América (1997), medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Caracas (1983), medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis (1987), campeão do Campeonato Sul-americano do Chile (1989) e campeã do Campeonato Sul-americano do Chile (1997).
Branca aproveitou para reforçar a confiança na gestão atual da Confederação e falou sobre o trabalho que vem sendo feito no basquete feminino.
- Assisti, vivi e vejo o feminino sempre sendo reconstruído. Confio na capacidade dos gestores atuais que comandam a CBB. Desejo que a liga, as federações de todo Brasil, as prefeituras consigam atender e cuidar do feminino com carinho. Cuidar das categorias de base é o melhor a ser feito.
Branca exerce hoje o cargo de assessora de gabinete na Secretaria Municipal de Esportes de Piracicaba, e se mantém mais ligada ao esporte do que nunca.
- É a minha segunda passagem em contribuição ao setor público, onde exerço atividades administrativas e de desenvolvimento do esporte local. Estar integrada à gestão pública do esporte tem sido um importante canal para apoiar a todas as modalidades do desporto e 'matar a saudade' do basquete, principalmente, com vistas às contribuições para o fortalecimento do esporte de base, de rendimento e de lazer. Sinto privilegiada de ajudar no desenvolvimento do esporte de Piracicaba, de onde tive enorme apoio, meu berço para a projeção internacional, minha casa – finalizou.