Saúde e performance CBB: Epidemiologia das lesões no basquete


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As características do Basquete sofreram diversas mudanças ao longo do tempo, desde a sua invenção no século XIX, até os dias de hoje. Os treinos e jogos se tornaram muito mais intensos e dinâmicos, com padrões variados de movimento, e alto grau de contato. Além disso, a alta densidade de jogos em um curto período, as viagens regulares, diferentes fusos horários, podem expor seus atletas as lesões relacionadas ao basquete. Outro fator importante a ser levantado é a pressão interna (pressão por vencer) e externa (compromissos com a mídia) que os atletas e clubes sofrem, esses fatores têm como potencial de comprometer a saúde dos atletas e aumentar os riscos de lesões.

Diversas iniciativas são implementadas para tentar entender e minimizar os riscos dessas lesões. Desde a implementação de uma equipe médica robusta para análise a acompanhamento das inúmeras variáveis de riscos, melhorar a logística das viagens, reduzir o número de jogos por semana, dentre outros fatores.

Quando analisamos as lesões, membros inferiores, especificamente pé (8%), tornozelo (19%), e joelho (17%) são as estruturas mais afetadas, representando mais de 50% dentre todas as lesões no basquete. Precisamos nos atentarmos para o crescente número das lesões no rosto e cabeça (13%) e claro, as lesões nas mãos e dedos (8%), pelo fato da grande disputa pela bola. Ao analisar o diagnóstico das lesões, entorses (30%), distensões (15%) e contusões (13%) são as de maiores proporções.

Quando comparamos por gênero, as taxas de lesões no basquete foram maiores nos homens do que nas mulheres; 7,97 lesões por 1000h e 6,54 lesões por 1000h de exposição, respectivamente. As taxas das lesões por time-loss foram maiores nos homens do que nas mulheres, mas as lesões mais severas foram maiores nas mulheres do que nos homens; 0,62 lesões por 1000h e 0,40 lesões por 1000h de exposição, respectivamente. No entanto, as taxas das lesões que requerem cirurgia não diferiram entre homens e mulheres; 0,30 vs 0,32 por 1000h.

Outra questão importante de enfatizar são os mecanismos dessas lesões e o momento em que elas ocorrem. As taxas das lesões se diferem durante as competições e treinamentos, e principalmente no terço final das temporadas; com maior predominância no período de competição. Além disso, o contato com outro jogador, seguido por não contato, contato em outras superfícies e por uso excessivo, compreenderam a maior proporção de mecanismos das lesões esportivas.

Fonte: Marina Stefani, Felipe Tadiello e Bruno Secco

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