Larissa Rodrigues se torna a primeira árbitra nordestina na história com licença internacional da FIBA


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No futuro, queremos que matérias como a de hoje não sejam necessárias. Mas, temos o direito e o dever de comemorar cada avanço e vitória. Nesta semana, a árbitra paraibana Larissa Rodrigues tornou-se a primeira nordestina a conquistar a licença internacional da FIBA, Federação Internacional de Basquete. A vitória para o período 2021/2023 dá à jovem de 27 anos o direito de apitar qualquer partida no mundo no basquete feminino e masculino e lhe concede essa honraria de ser a primeira da região do país a conquistar tal feito.

- Acredito que o sonho a gente constrói no trabalho do dia a dia, buscando crescimento dentro e fora de quadra, respeitando e aprendendo com meus colegas de quadra e coordenadores. Meu sonho hoje é continuar trabalhando e me realizando profissionalmente, cada vez que visto o uniforme e represento meu Estado, minha Federação e meu País onde quer que eu esteja, quero poder sempre os representar da melhor forma que eu puder - disse Larissa.

A árbitra começou sua trajetória na Federação Paraibana de Basketball, em 2010, após convite do amigo Pedro Luiz. Após anos de crescimento na arbitragem dentro do seu próprio estado, já apitando partidas nacionais, Larissa então migrou no período da pandemia para a Federação Paulista de Basketball, onde seguiu com o seu avanço como árbitra, também com a ajuda dos Acampamentos da CBB para o nivelamento e crescimento da arbitragem, coordenados pelo então gerente da arbitragem na CBB, Vander Lobosco Jr.

Em 2021, Larissa esteve no Campeonato Brasileiro adulto masculino e também na Liga Nacional de Basquete, além de se manter na Liga de Basquete Feminino.

Confira abaixo entrevista com a árbitra:

Quando começou na arbitragem?

Iniciei em 2010 na Paraíba a convite de um amigo (Pedro Luz) que estava iniciando na arbitragem, na época eu era atleta de basquete e estudava no ensino médio, no período o coordenador era Sebastião Santos onde o mesmo me convidou para observar e praticar súmula dos jogos de categoria de base, logo em seguida participei de clínicas de arbitragem, jogos escolares e torneios como oficial de mesa. Sebastião insistiu para que eu fosse para quadra e após uma certa resistência eu resolvi encarar a função e aos poucos fui perdendo o receio de entrar em quadra.

Alguns anos depois, estava na categoria de árbitro regional, quando João Sousa e Widelene Cardoso entraram na coordenação e me auxiliaram no processo de promoção a árbitro nacional, participando de competições estaduais, regionais, nacional escolar, estudando e fazendo provas sobre a regra de arbitragem, treinando mecânica de arbitragem e esse suporte foi fundamental para que eu conseguisse chegar bem preparada e alcançar a promoção de árbitro nacional (2017) sob a coordenação de Fatima Silva e Renato Santos, onde puder vivenciar um pouco do início da arbitragem profissional participando de acampamentos de arbitragem nacional e da minha primeira competição nacional profissional adulto (LBF-2018).

Em 2018 sob a coordenação de Vander Lobosco participei do primeiro acampamento de arbitragem para mulheres do Brasil, foi o início de um ciclo de muito trabalho e seriedade, além da coordenação existiu uma equipe multidisciplinar com orientadores, preparação física para que eu pudesse desenvolver e conhecer como um árbitro poderia se preparar e estar apto a arbitrar jogos de basquete de alto nível, nós aprendemos detalhes dentro e fora de quadra que carrego até hoje. Em 2019, além da reconvocação para novos acampamentos de base da CBB e LBF, fui relacionada para LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete Masculino) sob a coordenação da Flávia Almeida a qual tive oportunidade de vivenciar um pouco do trabalho de árbitros que estão em crescimento no Brasil e buscam espaço no cenário nacional da arbitragem.

A partir desse momento eu percebi que precisava fazer algo a mais, buscar mais oportunidades de crescimento na arbitragem, foi quando mudei de cidade e fui para Federação Paulista, sob a coordenação de Tatiana Steigerwald que me recebeu muito bem e mesmo com o período de pandemia entre 2020/2021 sempre buscou estar em contato e dando assistência para que eu pudesse manter o foco e compromisso com a arbitragem.

Em 2021 fui novamente relacionada para o CBA (Campeonato Brasileiro Adulto) sob a coordenação de Enaldo Souza que apesar do momento que vivemos de restrição no Brasil, pude vivenciar o basquete adulto ao lado de árbitros em crescimento nacionalmente e também renomados internacionalmente. Em 2020/2021 fui relacionada para o NBB (Novo Basquete Brasil) sob a coordenação de Flávia Almeida onde vários árbitros de elite nacional e internacional estão atualmente.

Importância do começo na Paraíba?

Primeiramente ser árbitro de basquete na Paraíba é bem complicado por causa de algumas dificuldades da quantidade baixa de atletas/equipes nas competições, poucos ginásios na cidade disponíveis para os jogos e isso são detalhes importantíssimos para o desenvolvimento de um árbitro de basquete.

Mas mesmo com essas e outras dificuldades, minha família, amigos e federação sempre me apoiaram. Poucas pessoas sabem, mas para fazer a prova de promoção a nacional em São Luiz (MA) por não ter dinheiro para ir de avião, fui sozinha de ônibus numa viagem de 24h e na época o presidente Eduardo Schafer me ajudou com a passagem e me deu todo apoio para que eu pudesse representar a Paraíba nessa clínica.

Sou grata primeiramente a Deus por ter nascido nessa terra que tanto amo e a todos os oficiais de arbitragem da Paraíba que pude trabalhar durante vários anos, sem eles o meu crescimento não seria o mesmo.

 

Fonte: Assessoria CBB

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