O fim de uma era: Alex Garcia se aposenta da Seleção Brasileira de basquete


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Chegamos ao fim de uma era. Nesta segunda-feira, Alex Garcia, o Brabo, anunciou sua aposentadoria da Seleção Brasileira de basquete. Com 41 anos, o jogador segue no Bauru Basket, mas não atuará mais pelo Brasil após a participação em cinco Copas do Mundo e duas Olimpíadas. Em homenagem ao jogador, a CBB fez um programa especial de despedida ao jogador, um verdadeiro leão em quadra e sempre disponível para defender o Brasil em mais de 21 anos. 

- Desta vez é sério, é uma decisão tomada há algum tempo. Em 2016, após a Olimpíada, em pensei em parar, mas agora é verdade mesmo. Tinha confiança de jogar a Olimpíada e despedir depois de lá, mas o esporte é assim. Fizemos um grande Pré-Olímpico, mas nem sempre é assim. Agora me despeço mesmo. 

Alex disputou os Mundiais de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2019, além das Olimpíadas de 2012 e 2016 pelo Brasil. Com a Seleção, conquistou a Copa América de 2009, em Porto Rico, além da prata em 2001 e 2011. Foi campeão em dois Jogos Pan-Americanos, em 2003 e 2007. E campeão sul-americano em 2003. 

Confira trechos da nossa conversa com o Brabo! 

Maior momento pelo Brasil

Para a nossa geração, Mar del Plata 2011 foi demais, fomos sem as grandes estrelas da NBA, na raça, vencemos a Dominicana na semifinal e ganhamos o direito de fazer a nossa participação na Olimpíada. 

Legado que fica 

Nossa geração ganhou um respeito Internacional muito grande. Você olhava nos rivais internacionais e eles sabiam que para ganhar da gente tinha que suar bastante. O nosso time era muito competitivo, jogadores respeitados internacionalmente. Foi uma geração com seus grandes momentos, momentos ruins. A gente deixa essa garra, vontade de vencer e de conquistar coisas grandes. 

O que significa a Seleção e recado para a nova geração 

Primeiro, Seleção Brasileira é o ápice da carreira, da forma como penso. Você, na base, quer ser profissional. A partir disso, você almeja representar o seu país. Representa o significado da sua carreira. Passar a carreira inteira e não ter a chance de representar o seu país, faltou algo na sua carreira. Eu fui privilegiado por jogar e conseguir uma carreira. Essa geração nova, esse tem que ser o pensamento. Evoluir em todos os fundamentos para representar o seu país, chegar o dia da convocação, ficar feliz, ansioso. Eu sabia que seria convocado, mas estava ansioso. No primeiro amistoso contra a Polônia, eu estava muito ansioso, mão suando, como se fosse a primeira convocação em 2001. Sempre foi um privilégio e essa geração tem que pensar assim, em querer defender a Seleção Brasileira! 

Emoção da despedida

Me fazendo chorar. É muito tempo. É muita história. Muitos anos. Passa um filme desde a primeira convocação. Em 2001, Argentina, com Hélio Rubens. Minha responsabilidade era marcar o Steve Nash a quadra toda. Quase choro. Contra os EUA, em Washington, o Barack Obama, então presidente dos EUA, estava assistindo esse jogo. Fizemos um grande jogo e quase vencemos lá. Os americanos não esperavam nossa forma em quadra. Ganhamos quase o jogo inteiro. Esse é inesquecível. Fiz um grande jogo. Divide o espaço com Kobe e Lebron, dois ídolos. Para as próximas gerações, é um privilégio dividir o mesmo espaço com esses caras. Só a Seleção te proporciona isso. As novas gerações tem que se matar para seguir no Brasil, privilégio único. 

Apelido de Brabo 

Eu não lembro, mas acho que foi na época do COC. Caiu bem, ficou e é uma marca hoje. 

Um sucessor? Alguém com características como as suas?

O Rafa Luz é especial, pela forma que ele enxerga o jogo, é mais ou menos aquilo que eu enxergo também. Cada um na sua função, mas ele tem a função comigo de defender, de tentar organizar a defesa. Ele é um cara que a gente se entendia muito bem dentro de quadra. Na Era Petrovic, gostava muito de nós usar junto pela consistência defensiva. Ele é parecido comigo no enxergar. Me identifiquei com ele. E a gente tinha um revezamento rápido. Recuperar marcação, o Rafa Luz é bem parecido comigo. 

Importância da família 

A família é tudo. Se eu sou jogador é por elas, por causa delas. Isso que o Anderson falou é verdade. 21 anos de Seleção e a Camila segurando a bronca, dois, três meses fora de casa. Ela deixando minha cabeça tranquila para trabalhar. Longe nas férias. Parceira da vida. Grande mãe. Minhas filhas ajudando para nos deixar tranquilos para trabalhar. A Camila é a chefe da casa, ela é mãe, pai, tudo. Se não fosse ela, eu não teria jogado muitos anos na Seleção e talvez não estaríamos aqui. Ela é a dona de tudo. 

Doação pela Seleção 

Se a gente está no esporte, tem que se doar, 200%. Faz uma temporada boa, é convocado para a Seleção Brasileira e nunca mais vai. Você tem que fazer duas vezes mais para se manter na Seleção. Eu não quis só chegar, quis construir uma carreira na Seleção. Foram cinco mundiais, dois Jogos Olímpicos. Realizado por tudo. De ficar longe da família, às filhas de férias da escola, você abdica pra servir a Seleção. Valeu muito a pena, o basquete é o meu trabalho. Você trabalha para ser o melhor. Na minha realidade, eu procurei ser o melhor que pude ser. Respeito. Chegar e enfrentar qualquer Seleção com medo de perder de você. Pela Seleção, tive a oportunidade de jogar na NBA, final de Euroliga. Só tenho que agradecer a técnicos, atletas, todos que passaram na minha carreira na seleção. 

A CBB, nas palavras do seu presidente, diretoria, funcionários, comissões técnicas e todos os fãs do basquete, agradece a Alex Garcia pelos 21 anos de serviços prestados ao basquete brasileiro na Seleção e o exemplo deixado para as novas gerações.

- Alex é um exemplo de talento aliado s garra, determinação e muito trabalho. Em todos esses 21 anos, honrou a camisa do Brasil e em todos os momentos que esteve em quadra era a figura que a torcida sempre espera de um atleta, talentoso, aguerrido, nunca se entregando e sempre motivando os demais. Alex vai fazer muita falta, mas sabemos que esse dia chegará para todos. Nosso muito obrigado, Brabo - cita o presidente da CBB, Guy Peixoto Jr. 

Fonte: Assessoria CBB

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