De pai para filho: Caio Pacheco e Alex Garcia se reencontram na Seleção Brasileira
"Esse aí eu já peguei no colo. Você quer escrever sobre isso que eu sei". Sempre sorrindo, Alex Garcia solta a piada após mais um treino do Brasil em Walbrzych após resenhar com o armador Caio Pacheco. Papo vai, papo vem, nem todos sabem, mas a história é longa. Aos 41 anos e dono de um dos preparos físicos mais impressionantes que o basquete mundial já viu, o "Brabo" acabara de revelar para quem não sabia, que ele, ídolo no Bauru e na Seleção Brasileira, havia conseguido o que poucos conquistam em suas carreiras: jogar em alto nível com um pai e um filho. Sim, Alex foi companheiro de time de Álvaro Pacheco, e hoje, 21 anos depois, é colega de equipe de Caio Pacheco, filho de Álvaro, na Seleção Brasileira que se prepara para o Pré-Olímpico de Split, na Croácia.
Alex jogou no COC/Ribeirão Preto entre 1999 e 2003. No ano de 2002, teve como colega de equipe Álvaro. Caio Pacheco, naquela época, tinha pouco mais três anos de idade. E Alex, LITERALMENTE, pegou Caio no colo. Naquele Campeonato Brasileiro, o COC foi derrotado nas semifinais pelo Bauru, que tinha Leandrinho também em início de carreira, por 3 a 2 na série melhor de cinco: 97 a 72, 84 a 92, 91 a 95, 98 a 93 e 84 a 92. O Bauru acabou campeão em cima do Araraquara.
- Joguei com o pai o Caio, o Álvaro, um Brasileirão, perdemos a semifinal para o Leandrinho, Vanderlei, Josuel e companhia, mas me lembro muito bem o Caio pequenininho em Ribeirão, junto com a mãe dele também. Ver esse menino agora, o tanto que evoluiu, que está jogando, e dividir espaço, é motivo de orgulho porque eu vi crescer. Sei muito bem o que o Álvaro fez, trabalhou bem o menino. É uma das promessas que temos. Fico muito feliz de ter convivido com o pai dele e agora com ele na Seleção - explica Alex.
Caio Pacheco, já mais velho, tietando Alex Garcia após partida pelo Bauru
O tempo passou, Alex fez uma carreira impressionante, com passagens pela NBA, títulos nacionais, internacionais, e segue como um dos principais atletas da Seleção Brasileira, com participações em Olimpíadas e Copas do Mundo. Agora, na preparação para a busca por uma vaga em Tóquio 2020, através do Pré-Olímpico de Split, teve a oportunidade de jogar ao lado de Caio, que iniciou sua formação no Palmeiras e ainda na base foi para Bahía Blanca, na Argentina, onde terminou sua formação no CT coordenado pelo argentino Pepe Sanchez e até hoje atua, agora no profissional.
Para Caio, ter esse reencontro com Alex é emocionante.
- Para mim é um orgulho estar com o Alex aqui. Me pegou no colo, me conhece desde que eu era um bebezinho. Jogava com meu pai em Ribeirão. Cresci vendo ele jogar, o Varejão, o Huertas, o Benite. Compartilhar a quadra com eles é um sonho de pequeno que estou podendo realizar. Fico muito feliz a cada dia que acordo e e estou no café, escutando o Varejão, o Alex conversando. É algo muito legal. E em especial ele, que tenho foto pequeno ao lado. Ele tem uma relação muito especial com o meu pai, e independentemente do que acontecer daqui para frente, vou levar para o resto da minha vida - disse Caio.
Alex Garcia no COC Ribeirão Preto no começo da carreira
Alex, do alto da sua experiência, vê a renovação chegando na Seleção Brasileira e gosta da forma como a CBB vem trabalhando esse processo com Aleksandar Petrovic.
- Essa mescla de idade é importante. No meu caso, mais velho, podendo passar tranquilidade para os mais novos, o Anderson, o Huertas, passar confiança. E os mais novos com essa gana, vontade de ganhar seu espaço, se firmar na Seleção Brasileira. Eles aprendem com a gente, a gente aprende com eles. E a gente monta um grupo muito forte - contou Alex Garcia.
Caio mais jovem ao lado do pai Álvaro, que também passou pelo Palmeiras
Caio não pensa diferente.
- Ele me chama de Peixinho, o Alex está me ajudado bastante. Não só eu, como o Yago, nós somos os mais novos aqui, então eles mostram o caminho, pela inexperiência fazemos coisas na quadra que não é para fazer, e eles dão o toque. Ter caras do nível deles nos ajuda demais e é algo realmente especial - citou Caio Pacheco.
Os trabalhos em Walbrzych vão até o dia 19, quando o time viaja para Gliwice, onde faz nos dias 22 e 23 amistosos diante da Polônia. A viagem para Split será no dia 25. Pelos protocolos da FIBA, a Seleção desembarca na cidade com 14 atletas, que farão os testes PCR de Covid-19. Desses, 12 jogam a competição que vale uma vaga em Tóquio 2020.
O Brasil estreia no Pré-Olímpico no dia 29 de junho, diante da Tunísia, às 15h, ao vivo no SporTV. E no dia 30 de junho encara a Croácia, encerrando a primeira fase. Do outro lado da chave estão Rússia, Alemanha e México. Os dois primeiros de cada mini-grupo avançam para as semifinais. A decisão acontece no dia 4 de julho, em Split. CONFIRA A TABELA COMPLETA.
CONVOCADOS
Armadores
Georginho - São Paulo
Marcelinho Huertas - Tenerife-ESP
Rafa Luz - BC Nevžis-Optibet-LIT
Yago - Flamengo
Alas/Armadores
Caio Pacheco - Bahía Basket-ARG
Vitor Benite - Burgos-ESP
Alas
Alex Garcia - Bauru
Léo Meindl - Fuenlabrada-ESP
Alas/pivôs
Bruno Caboclo - Limoges-FRA
Lucas Dias - SESI Franca
Léo Demétrio - Flamengo
Pivôs
Anderson Varejão - Cleveland Cavaliers-EUA
Cristiano Felício - Chicago Bulls-EUA
Lucas Mariano - São Paulo
Rafael Hettsheimeir - Flamengo
Comissão técnica
Diretor de Seleções Masculinas - Diego Jeleilate
Gerente Administrativo - Bruno Valentin
Técnico - Aleksandar Petrovic
Assistente técnico - César Guidetti - Unifacisa Basquete
Assistente técnico - Bruno Savignani - Basket Ravenna-ITA
Assistente técnico - Léo Figueiró - Bauru Basket
Preparador Físico - Bruno Nicolaci - Flamengo
Médico - Dr. Carlos Andreoli
Fisioterapeuta - Bruno Secco - Esporte Clube Pinheiros
Fisioterapeuta - Gabriel Peixoto
Massoterapeuta - Paulo Henrique Silva
Nutricionista - Denise Silva
Gerente de Comunicação - Thierry Gozzer
Fonte: Assessoria CBB