Mineira de Montes Claros, Kamilla Soares se destaca no basquete dos EUA


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A mineira Kamilla Soares Cardoso Silva, de Montes Claros, está chamando a atenção nos EUA. Com apenas 17 anos e 2 metros de altura, a pivô brasileira atualmente estuda e joga pela Hamilton Heights Christian Academy, uma High School na cidade de Chattanooga, no estado do Tenneesse. A jovem foi considerada umas das três melhores jogadoras dos EUA nessa temporada em sua categoria, segundo a ESPN.

A trajetória de Kamilla no basquete aqui no Brasil se deu basicamente no âmbito escolar. "Eu comecei a jogar basquete porque minha irmã sempre me levava para ver ela treinando, até que um dia eu comecei a ir treinar com ela e me apaixonei pela modalidade", explicou a mineira.

Nesse âmbito escolar, Kamilla já foi Campeã Brasileira dos Jogos da Juventude, Campeã Mineira Sub-15 e Campeã dos Jogos Escolares de Minas Gerais, além de ter sido eleita a melhor jogadora de basquete do estado.

Kamilla deu seus primeiros arremessos no Colégio Indyu e depois passou também pelos colégios Índice e Sólido, todos de Montes Claros. Ela passou pelas mãos dos treinadores Rogério Santana, Walesson Fagundes e Rubem Ribeiro.

"Só tenho a agradecer ao Rogério Santana e ao Walesson Fagundes, meus treinadores, porque se não fosse por eles eu não estaria onde estou agora. Foram eles que me ensinaram tudo que eu sei sobre basquete", destacou.

Aliás, o treinador Rogério Santana não poupa elogios à sua pupila. "A Kamilla foi uma atleta que a gente procurou lapidar. É uma menina com muito talento. Além de ser uma atleta com uma estatura diferenciada para o basquetebol brasileiro, ela tem uma destreza muito grande. A gente na base, no trabalho dela, buscou desenvolver capacidades pouco comuns para uma atleta da estatura dela, então é uma menina que tem características de pivô, mas que consegue bater bola, consegue driblar como jogadoras mais baixas. Depois que ela começou a se destacar, achamos que era hora de mudar de patamar. Recebi vários convites aqui do Brasil, ela estava para ir para Portugal, mas na época a gente começou a conversar com o Fabio Jardine (agente de Kamilla) sobre o futuro dela e fizemos a opção pelos EUA. Ela nunca jogou no Brasil por clubes, está na segunda temporada nos EUA. O que a gente pretende é que ela permaneça lá por mais tempo, termine os estudos. Ainda tem muito para se desenvolver como atleta e como pessoa. Acredito que ela tenha potencial para ser uma das melhores jogadoras brasileiras muito em breve", avaliou Santana.

Kamilla desembarcou nos EUA em agosto de 2016. Ela lembra que o começo foi difícil, pois não sabia falar inglês. "No começo foi muito difícil pelo fato de todo mundo falar inglês e eu não entender nada do que estavam falando, mas depois eu comecei a aprender a língua aos poucos até que me adaptei. A minha maior dificuldade era realmente a comunicação com as pessoas. Hoje está tudo perfeito", destacou.

A montes-clarense segue uma rotina rígida de treinos e estudos. "Eu entro na escola às 7h30 e saio às 15h05. O treino físico vai de 15h30 às 16h30. Depois vamos para o treino na quadra, das 16h40 até 18h40. Às 19h30 temos a hora do estudo, que é quando a gente faz as tarefas, os projetos etc.", explicou.

E o bom desempenho de Kamilla também já está no radar do técnico da Seleção Brasileira Feminina Adulta, Carlos Lima. "É uma menina de 17 anos, com uma estatura muito boa. Assisti a alguns vídeos dela e é uma jovem muito promissora. Está nos EUA há duas temporadas, já tem três convites para jogar no basquete universitário. Conversei com o diretor da escola dela e ele comentou que talvez ela nem vá para o universitário, vá direto para a WNBA, pois já tem olheiros da WNBA monitorando a Kamilla. Fico muito satisfeito porque é uma menina que está se destacando nos EUA e isso é muito importante para o Brasil, para que ela possa futuramente estar presente em convocações e defendendo a Seleção em competições internacionais", ressaltou Lima.

Mas essa possível ida de Kamilla para a WNBA ainda terá que esperar mais um pouco. Segundo uma regra da Liga, atletas estrangeiras e americanas só podem ingressar na WNBA com 22 anos a 23 anos, dependendo do dia e do mês em que é realizado o draft.

Enquanto segue se esforçando nas aulas e nas quadras, Kamilla sonha em um dia jogar na Seleção Brasileira Adulta e também na WNBA. "Sei aonde quero chegar e a minha altura vai ajudar muito para que eu possa alcançar meu objetivo de ser atleta da Seleção Brasileira e, quem sabe, jogar na WNBA", concluiu a jovem, que tem Michael Jordan e Kevin Durant como seus ídolos no esporte.

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